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O que os doutores gostariam de ter feito mais durante o doutorado

Quando o doutorado acaba, a impressão que se tem é que tudo passou muito rápido entre muitas leituras, artigos escritos e a produção de uma tese. Uma pesquisa feita com recém doutores perguntou a eles o que gostariam de ter feito mais na época de doutorando e as respostas surpreendem pela simplicidade. Confira as quatro respostas mais dadas e dicas para equilibrar a vida pessoal e a profissional ao longo do doutorado.

1) Dormir

Esta foi a resposta a mais dada pelos entrevistados e não é para menos: diante da obrigação de cursar disciplinas, participar de eventos e grupos de pesquisa, publicar e realizar estágio docência, o que não faltam são prazos acumulando-se uns sobre os outros. Sem contar na responsabilidade de fazer a pesquisa evoluir continuamente e no grande esforço final que é escrever uma tese. Diante de tudo isso, dormir infelizmente não costuma ser uma prioridade para quem é doutorando, mas deveria, visto que uma mente descansada trabalha mais e melhor, sem contar que dormir pouco pode prejudicar a saúde física e mental como um todo. Embora muitas vezes seja complicado administrar tantas responsabilidades ao mesmo tempo, vale incluir em seu cronograma de atividades as horas de sono diárias que lhe permitem descansar – só não esqueça de bater essa meta.

2) Socializar

As mesmas razões que levam um doutorando a dormir pouco o levam a socializar pouco, algo também pouco saudável. Obviamente que o objetivo do doutorado é desenvolver sua pesquisa, mas se isso ocupar praticamente 100% da sua agenda suas chances de realizar bem sua tarefa são mínimas. Entre uma atividade e outra ou em meio a uma atividade acadêmica, mudar de foco pode ajudá-lo a voltar mais concentrado e descansado para seu trabalho. Algumas atividades que podem cumprir essa função de “válvula de escape” são exercícios físicos regulares, momentos de lazer com os amigos e familiares, meditação ou a dedicação a algum hobby. O importante mesmo é de vez em quando “desligar” do trabalho para depois retomar mais conectado e relaxado, algo fundamental para manter sua saúde mental equilibrada. A dica de socialização vale também para eventos, uma vez que este tipo de atividade é muito mais proveitosa quando além de fazer contatos profissionais aproveita-se também para fazer novos amigos e conhecer melhor seus colegas de trabalho.

3) Fazer mais perguntas no início do curso

Afinal de contas, o que significa cursar um doutorado? Muita gente define o doutorado apenas por seu objetivo maior – escrever uma tese – mais ao longo de quatro anos você fará muito mais que isso e deve estar preparado para encarar estas atividades paralelas. Por isso mesmo, não se prive de perguntar no início do curso como funciona a grade curricular de sua pós-graduação, quais são as chances e meios de realização de um doutorado-sanduíche (período em que o doutorando tem a chance de realizar parte de sua pesquisa numa outra universidade nacional ou internacional), se o estágio docência é obrigatório, quando deve ser realizado o exame de qualificação, etc. Você pode informar-se sobre estas coisas junto à coordenação do seu curso ou com seu orientador, porém, ninguém melhor para lhe dar dicas sobre a vivência do curso que doutorandos em estágios mais avançados. Vale a pena pedir ajuda a eles para saber como vivenciar melhor a pós-graduação e preparar-se para desafios futuros.

4) Dividir as dificuldades com os colegas

Cursar um doutorado pode muita vezes parecer algo solitário dada a necessidade de imersão na pesquisa e a falta de uma rotina profissional que pressuponha obrigatoriamente algum tipo de socialização. Esse isolamento pode culminar na sensação de sobrecarga ou de uma espécie de fardo que se carrega sozinho, visto que a atividade de pesquisa sempre apresenta muitos desafios. Por essas razões, procurar se enturmar com seus colegas de curso é fundamental para não se sentir só ao longo do processo e para compartilhar experiências comuns. Muitas vezes este isolamento faz com que o doutorando pense que só ele tem dificuldades ao longo do processo, o que não é verdade, e compartilhando esses problemas um pode ajudar o outro. Mas não se deve socializar com colegas apenas para reclamar, uma vez que isso pode gerar um clima de desilusão coletiva. É importante combater o estresse com momentos de lazer e descontração também, e buscar nos colegas de doutorado não apenas um ombro amigo para desabafar, mas também companheiros para sair da rotina.

As respostas mostram em geral que cursar um doutorado não é fácil e que a vida de doutorando e pesquisador é muito mais atribulada do que pode parecer a princípio. Mas deve-se ter em mente que muitas são as recompensas também e que estas vão além da titulação, como os amigos que se faz no caminho e a evolução profissional que esta experiência proporciona; recompensas que são ainda mais proveitosas quando se conegue administrar bem o próprio tempos e atividades.

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