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Como desenvolver voz própria na escrita acadêmica?

Fazer Ciência significa colocar conhecimento em diálogo e para realizar isso de modo eficaz você precisa desenvolver e aprender a identificar sua própria voz em seu texto, tornado-a clara ao seu leitor. Caso isso não aconteça, você corre o risco de se tornar um grande indexador e articulador de conteúdo de terceiros, mas não dará sua própria contribuição em sua área através de seu trabalho de pesquisa, e este é o principal objetivo de um pesquisador. Não estamos dizendo aqui que alcançar este fim seja fácil, muito pelo contrário: o domínio da escrita acadêmica para uma comunicação satisfatória dos objetivos e resultados de seu trabalho de pesquisa é algo que requer exercício e reflexão constantes. A seguir, algumas dicas que podem ajudar neste processo de desenvolvimento da própria voz na escrita acadêmica.

Combata a tentação de mostrar conhecimento em excesso

Você obviamente precisa justificar a escolha das teorias nas quais se apoia para construir seu raciocínio, mas lembre-se que fazer escolhas é fundamental. Ninguém espera que você leia tudo que há a disposição sobre o tema de seu trabalho de pesquisa e as escolhas teóricas que você faz são fundamentais para delimitar o recorte de sua abordagem. Seu objetivo como pesquisador não deve ser mostrar conhecimento de forma enciclopédica, listando um sem fim de obras lidas e relatando sobre o que elas falam. Por isso é fundamental desenvolver sua voz na escrita acadêmica para que esta seja o fio que alinhava as teorias apresentadas e as leva a um lugar comum que apresenta sua contribuição.

Saiba diferenciar o que é fundamentação teórica e o que é inovação sua

Não se deve ser ingênuo e achar que desenvolver a própria voz na escrita acadêmica é apenas sobrepor suas opiniões aos resultados de outros autores. O movimento e o objetivo devem ser colocar diferentes autores em diálogo para, a partir deles, construir seu argumento e apresentar sua parcela de inovação, aquilo que dá relevância a seu trabalho como pesquisador. Por isso, é necessário respeitar as fontes usadas, mas também é preciso saber o momento de dialogar diretamente com elas, posicionando-se contra ou a favor do que dizem. Este diálogo com os teóricos eleitos para fundamentar seu trabalho de pesquisa é fundamental para criar o terreno necessário aos seus resultados e para permitir que seu leitor compreenda o processo de sua pesquisa, de onde ela parte e o que pretende demonstrar.

Descubra seu estilo de escrita

Sim: a escrita acadêmica visa a imparcialidade, procurando diferenciar-se sempre da opinião embasada apenas em inclinações pessoais através do método científico. Isso não significa dizer, no entanto, que o pesquisador não possa ter um estilo próprio de escrita e este estilo é muito importante ao desenvolvimento da própria voz no texto acadêmico. O estilo próprio manifesta-se das mais diferentes formas no texto, como na forma de apresentar os resultados ou de dialogar com os autores da fundamentação teórica. O desenvolvimento de um estilo é um processo de descoberta e só testando várias formas através da escrita de vários artigos e outros trabalhos o pesquisador descobre de que formas sente-se mais confortável para apresentar suas ideias. A vantagem de ter e dominar um estilo próprio de apresentar ideias num texto acadêmico é que isto facilita o processo da escrita e seu posicionamento em relação ao seu trabalho de pesquisa no texto, valorizando os resultados apresentados. É neste sentido que pode-se dizer que estilo e voz pessoais na escrita acadêmica se complementam.

Por fim, é importante lembrar que a ideias defendidas por você num trabalho de pesquisa eventualmente terão que ser apresentadas diante de uma plateia num congresso, alunos em sala de aula ou numa banca de seleção acadêmica. Logo, quanto mais você exercitar sua voz própria no texto, mais confortável se sentirá nestas situações.

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